Estabilidade de preços propicia redução do custo de financiamento a economia

A nível internacional, os mercados financeiros foram influenciados pelos seguintes factos: (i) amenizar das tensões comerciais na sequência da assinatura do acordo comercial Fase 1 entre os EUA e a China que prevê algumas medidas que tutelem a propriedade intelectual americana e a transferência forçada de know how tecnológico para a China, assim como a promessa da China de adquirir mais USD 200 biliões de produtos americanos em 2 anos e levantar diversas barreiras à entrada de instituições financeiras estrangeiras no seu País, e por seu turno os EUA irão reduzir as tarifas aduaneiras sobre USD 120 biliões de 15% para 7.50%; (ii) Publicação de dados apontando para desaceleração mundial, Alemanha desacelerou de 1,5% em 2018 para 0,6% em 2019 , a China desacelerou de 6,6% em 2018 para  6,1% em 2019 devido ao enfraquecimento do comércio e do investimento refletindo em parte o aumento do protecionismo; (iii) publicação de dados sobre desempenho financeiro das multinacionais. Como corolário, nesta semana as principais praças bolsistas registaram um melhor desempenho que o da semana passada.

Na presente semana, a excepção do carvão mineral que manteve a sua cotação em 45,5 USD/Ton, no geral, pela segunda semana consecutiva os preços das commodities energéticas e metais registaram variações negativas. O barril do petróleo teve uma cotação média de USD 64,4 representando uma desvalorização de 3,3% comparativamente a semana passada em virtude de sinais apontando para a existência de excesso de oferta no mercado mesmo num cenário de optimismo em relação ao aumento da demanda em 2020 decorrente da redução das incertezas associadas as disputas comerciais. Por seu turno o gás natural que se fixou em 2,13 USD/Mmbtu foi pressionado pela incerteza em torno da efectividade dos termos do acordo comercial assinado entre a China e os EUA, e o Alumínio atingiu uma média de 1.805,0 USD/Ton influenciado pelos indícios de desaceleração da actividade económica a nível mundial.

No cômputo geral, a evolução dos preços dos produtos agrícolas é explicada pelas reações aos termos da fase 1 do acordo comercial entre os EUA e China na medida em que o acordo estipula que a China continuará a comprar produtos agrícolas dos EUA com base na demanda e as tarifas dos EUA sobre produtos agrícolas não serão eliminadas até que um acordo da Fase 2 seja alcançado.
Por exemplo o preço da soja abrandou devido a falta de clareza de um aumento imediato de compras por parte da China ou se vai levantar as tarifas que tinha imposto a alguns produtos agrícolas americanos, incluindo a soja.
De igual forma as cotações foram sensíveis as condições meteorológicas, conforme atesta a redução do preço do milho devido a prevalência de condições favoráveis na América Latina para a sua produção.
A nível doméstico, a taxa de juro média dos Bilhetes de Tesouro continuou com a tendência de descida tendo-se fixado em 12,2%. As restantes taxas mantiveram-se. Todavia, face ao anúncio do Instituto Nacional de Estatística de que a inflação média de 2019 situou-se em 2,78% e a acumulada em 3,5% prevê-se que influenciem a redução das taxas de juro de mercado a curto prazo.
Em relação as janelas de operações, dados desta semana indicam uma retração do volume de operações à taxa Facilidade Permanente de Depósito (FPD) de uma média de 1.605,85 milhões de MT da semana passada para 1.369,5 milhões de MT nesta semana. Por seu turno, a semelhança da semana passada o Banco de Moçambique não interveio na Janela de Cedência (FPC).
No que tange ao mercado cambial, o Metical manteve o comportamento misto patente nas últimas semanas tendo registado ligeira apreciação face ao rand e depreciação comparativamente ao Euro e o Dólar americano. Entretanto, esta situação é influenciada pela actividade comercial que ainda está moderada.
Na análise comparada entre os quatro maiores bancos intervenientes do MCI, esta semana, constata-se que não há grandes diferenças entre as taxas de câmbio médias praticadas. No entanto, o ABSA registou as cotações mais baixas em relação ao Euro, o Standard Bank ao Dólar americano, e o Millennium BIM foi em relação ao Rand. Por sua vez, o BCI apresentou as cotações mais altas em relação ao Euro e ao Dólar americano, e o Standard Bank foi para o Rand.

Fonte: CTA

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